terça-feira, 29 de maio de 2012

Inception (A Origem)

Para aqueles que ainda não assistiram a esse incrível filme, talvez seja interessante ler este post até o momento que for recomendado, para que eu não me sinta responsável por arruinar seu final.

Acabo de assistir pela segunda vez esta obra-prima de Christopher Nolan e, posso afirmar, continuo intrigada com esta história. Me propus a procurar resenhas e discussões sobre o filme, a fim de compreender melhor suas diversas interpretações, sobretudo com relação ao final.

Antes de mais nada, vamos ao seu enredo. Dom Cobb, personagem de Leonardo DiCaprio, é um especialista em adentrar em sonhos, pois desta maneira pode persuadir uma pessoa a adquirir uma determinada mentalidade. Vale enfatizar o fato de que, devido à dificuldade de distinguir o que é realidade e o que não é, Cobb possui um "totem", um pião, para que ele saiba quando está sonhando ou não. Quando ele está sonhando, o brinquedo não para de girar.



Continuando, ele recebe a tarefa de introduzir uma ideia na mente de Fisher (Cillian Murphy) um herdeiro que se tornara milionário com a morte de seu pai. Essa missão é demonstrada na trama, expondo o plano da equipe de Cobb e as diversas dificuldades em executá-lo.

Certamente a maior dessas dificuldades seja a falecida esposa de Cobb, Mal (Marion Cortillard). O casal viveu por muitos anos num ambiente de sonhos criado por eles, mas em determinado momento decidem que precisam voltar à "realidade". No entanto, já acordada, Mal perde suas referências do que é, de fato, real, e acaba se suicidando. Sua lembrança acompanha Cobb nos sonhos em que adentra e constantemente o atrapalha.

Ao mesmo tempo confuso, mas intrigante. A ideia de entrar em um sonho como forma de coerção é bastante interessante, assim como pensar em uma espécie de realidade paralela, um pouco semelhante às discussões de Matrix. Inclusive o questionamento do casal, sobre ser mais feliz ao viver em um sonho, ao invés de encarar a realidade, com certeza passa pela cabeça de quem o assiste. Será mesmo que cada um de nós se proporia a largar todo um mundo criado da forma que mais lhe agrada, para enfrentar as desgraças e dificuldades da realidade?

Bom, mas o que mais merece destaque na discussão sobre o filme é seu final. Talvez quem ainda não o assistiu deva parar de ler agora.

No final, Cobb está com a arquiteta integrante da equipe, Ariadne (Ellen Page) e sua esposa em um nível bastante profundo dos sonhos. A garota consegue escapar, mas Cobb encarrega-se de salvar outro homem. No entanto, quando está em frente a esse homem, ambos mirando uma arma um para o outro, a fim de sair desse sonho, a imagem é cortada.

A próxima cena já situa Cobb, juntamente com sua equipe, em um avião, o local onde eles começaram a penetrar nos sonhos do milionário. Aparentemente, o plano funcionou. Ele retira suas malas e é levado para sua casa, para finalmente encontrar com seus filhos, que há tempos não via. Quando finalmente os encontra, ele gira o pião, mas ver as crianças o distrai e ele não termina de ver se seu totem parou de girar. A câmera acompanha Cobb ao encontro de seus filhos, e depois retorna para o pião. Ele gira, mas antes de percebermos se ele irá parar de rodar ou não, o filme acaba. Portanto, questiona-se: Ele está sonhando?



Acredito que Nolan tenha criado este final para que, de fato, não houvesse uma resposta única. No entanto, algumas dicas são deixadas pelo filme (mas admito que as li na internet!) que me fizeram crer que, infelizmente, Cobb está mesmo sonhando. Além do fato de o pião demorar bastante girando, percebe-se claramente que seus filhos, mesmo que estejam de costas, não cresceram, não mudaram em nada, estando exatamente iguais à ultima vez em que seu pai os viu (essa imagem deles de costas frequentemente aparece nos momentos que Cobb está sonhando). Além disso (esse eu realmente não percebi), sempre que Cobb está em sonhos, ele porta uma aliança. No entanto, quando está acordado, não a utiliza. Pelo que li, no final do filme, ele está de aliança, o que nos levaria a crer que ele ainda sonha.

Independentemente do final, A Origem é um filme espetacular, que leva não apenas a esta, como a diversos questionamentos, deste o debate sobre o que é real, o que é vale mais a pena para se viver, até as formas mais intrigantes de coerção perante um ser humano, por mais hipotéticas que sejam. Para finalizar, deixo aqui o trailer do filme, espero que gostem!




(imagens e algumas ideias retiradas de http://www.gamevicio.com/i/noticias/61/61075-caiu-ou-nao-o-final-de-a-origem/index.html)

3 comentários:

  1. Carina, esse filme é expetacular! Christofer Nolan realmente se destacou, ao mostrar os sub-degraus do inconsciente, efeito catarse, a psicanálise acessando o inconsciente , incrível!! Também assisti mais de uma vez pra entender bem, muito bom. Abraço!

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  2. Eu assisti este filme e é incrível. Parabéns pelo seu blog também.

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  3. O filme é genial, os efeitos não atrapalham e ajudam em prender a atenção. Eu imaginei mesmo que ele ainda estava sonhando.

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